sábado, 10 de setembro de 2011

BRASIL MERCADO DE CARTOES PREVE EXPANSAO DE 23%


Fonte : Jornal DCI 31/08/11

Sao Paulo - Em sintonia com a baixa taxa de desemprego e elevação do poder aquisitivo, o mercado de cartões (crédito, débito e private label) expande em ritmo acelerado. No período de abril a junho, o faturamento somou R$ 158,9 bilhões, alta de 26% na comparação com o do mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Outro fator que estimulou o resultado acima da média foi a abertura do mercado em julho de 2010, quando houve o fim da exclusividade entre credenciadoras e as bandeiras Visa e MasterCard. Para o final de 2011, a expectativa de crescimento é de 23%. 

O número total de transações realizadas no período foi de 1,99 bilhão, aumento de 20%, e o número total de plásticos em circulação chegou a 657,2 milhões de unidades no segundo trimestre.

Segundo o presidente da Abecs, Cláudio Yamaguti, que também é presidente da Redecard, o resultado está acima da média. "A abertura do mercado de adquirência em 2010 justifica estes números. Também há a melhora do poder aquisitivo, e do consumo, das classes C, D e E, aumento do número de brasileiros no exterior e mudança de hábito." 

Para o final de 2011 e próximos anos, o presidente demonstra posição confiante em relação ao crescimento do setor de meios eletrônicos, que atualmente corresponde a 29% do total de pagamentos realizados no Brasil e a 24,3% do consumo das famílias. "Acreditamos que o mercado continuará a crescer na casa de dois dígitos e a projeção para 2011 foi revisada para 23%, uma posição conservadora." Segundo Yamaguti, ainda há espaço de expansão, já que nos Estados Unidos cartões somam 45%. "O desafio é o restante, 71%, com a mudança de costume do brasileiro. Não é aumento de gasto, mas migração para o meio eletrônico." 

Sobre os reflexos da abertura de mercado, que pôs fim à exclusividade entre credenciadoras e bandeiras, o presidente declara que são positivos para o setor. "É sempre salutar porque gera o espírito de competitividade, com melhora do serviço, e faz com que a indústria cresça." 

O superintendente da Abecs, Fernando Barbosa, diz que já há reflexos. "O comércio foi muito beneficiado com a redução do preço, taxas de administração e aluguel das maquininhas". Atualmente, Redecard e Cielo têm quase 100% de participação de mercado. No entanto, o Santander já lançou a Getnet e no início de 2012 iniciam-se as operações da Elavon, que espera conquistar 15% do mercado até 2015.

Na divisão por produto ante o segundo trimestre do último ano, cartão de crédito apresenta faturamento de R$ 92,5 bilhões, com crescimento de 25%. Os cartões de débito elevaram 28%, para R$ 46,1 bilhões. Os plásticos private label, ou cartões de loja, obtiveram faturamento de R$ 20,3 bilhões, acréscimo de 29% no período. "O private label tem participação de 20,3% no segmento. É o primeiro nível de bancarização, isto é, o primeiro elemento bancário dos consumidores." O volume de transações dos plásticos foi de 356,1 milhões, com 237 milhões de unidades em circulação.

No ramo de débito e crédito, o presidente da Abecs explica que houve a entrada de profissionais liberais, como dentistas e taxistas, o que ampliou a aceitação. Em faturamento de cartões de crédito, a maior elevação ocorreu em Outros Serviços e Profissionais Liberais, com 54%, seguidos por Setor Primário, Indústria e Serviços, com 41%, que abrange os ramos de educação e saúde. Em débito, o maior crescimento dos ganhos foi em Comércio Atacadista e Varejistas, com 50%.

Tecnologia

Em resposta ao DCI sobre os investimentos em tecnologia, Cláudio Yamaguti argumenta: "A indústria tem de se preparar para os próximos anos, com investimentos em tecnologia e telecomunicações. A Abecs já conversa sobre o assunto com os associados que pertencem a cadeia de meios de pagamento".

O presidente da Abecs acrescenta que a rede de bandeiras pede que uma transação seja feita em, no máximo, 30 segundos, mas que o processo sai hoje em oito segundos. "A cada 10 mil transações, apenas uma pode ter tido problema e atrasou."

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